10 junho 2010

O herói Cmdt Oliveira e Carmo


Jorge Manuel Catalão de Oliveira e Carmo, oficial da Marinha Portuguesa, morreu em combate depois de uma acção heróica contra as forças da União Indiana que invadiam a Índia Portuguesa.
Foi hoje homenageado junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar.

Em finais de 1961, o jovem 2º Tenente Oliveira e Carmo, 25 anos, comandava a Lancha "Vega" baseada em Diu ao serviço do Comando Naval da Índia Portuguesa, quando se dá o ataque da União Indiana àquele território. No dia 18 de Dezembro, depois de tentar efectuar um ataque e reconhecimento ao cruzador indiano "Delhi", o Tenente Oliveira e Carmo decide entrar em combate com os caça-bombardeiros Vampire, da Força Aérea Indiana, que atacavam as forças portuguesas em Diu. Começou por se fardar «de branco», explicando aos marinheiros «que assim morreria com mais honra». Exortou-os a lutar até ao fim: «Fazemos parte da defesa de Diu e da Pátria e vamos cumprir até ao último homem e última bala se possível». Com o fogo da peça antiaérea de 20 mm da "Vega" são repelidos vários ataques aéreos. No entanto num derradeiro ataque os Vampire bombardeiam a lancha atingido-o mortalmente no peito por disparos de um avião, mas antes, já uma rajada lhe havia cortado «as pernas totalmente pelas coxas». Morrem também dois marinheiros - António Ferreira e Aníbal Fernandes Jardino - e  ficam feridos outros dois. A guarnição da «Vega» era, apenas, de sete homens.
Pelo seu acto heróico, a título póstumo, Oliveira e Carmo foi condecorado com a Ordem Militar da Torre e Espada e promovido ao posto de Capitão-Tenente.

A pequena lancha de fiscalização, de 17 metros de comprimento e uma única metralhadora de 20 mm, largada da doca de Diu, passou a barra e fez-se ao mar alto, em direcção ao «Delhi», um cruzador indiano de 9740 toneladas. Durante a sangrenta batalha, não foi a artilharia do navio inimigo que derrotou a «Vega», mas a metralha cruzada de dois ou três aviões.
O corpo do Cmdt Oliveira e Carmo nunca foi encontrado.