06 abril 2010

Submarinos

«Hoje, o controlo do mar é um objectivo permanente de tempo de paz, porque a natureza difusa e imprevisível das ameaças exige um esquema de vigilância que detecte oportunamente desvios de comportamento que possam indiciar a tentativa de acções ilegais ou práticas criminosas. Põe-se sob uma perspectiva abrangente, centrada sobretudo nos espaços e não nas forças de eventuais oponentes, como acontecia no passado.
Não se trata de uma estratégia militar-naval; é mais abrangente do que isso porque se relaciona com factores diversos, principalmente económicos, sendo os militares apenas os que viabilizam as condições de segurança para a sua concretização.
Os submarinos são parte indispensável dessa estratégia porque só existe controlo dessa área: 1º, se se exercer nas suas três dimensões, a de superfície e acima-superfície e a de sub-superfície sendo que esta última só os submarinos conseguem garantir de forma eficaz; 2º, se houver capacidade de efectuar operações encobertas (sem revelar a presença), o que só os submarinos garantem.
Sem submarinos Portugal perderia por duas vias: permitiria um vazio de controlo numa área que lhe respeita directamente, e que outros necessariamente se veriam obrigados a ocupar, e perderia a possibilidade, de que usufrui, de participar nos órgãos de controlo e gestão da actividade submarina ficando “nas mãos” de terceiros para saber o que se passa na nossa área de interesse. Situação dificilmente aceitável.»
in Diário de Notícias de 3 Abril 2010.